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Conheça o Núcleo de Acessibilidade da Regional Catalão

Por Fábio Gaio. Em 17/10/16 08:34. Atualizada em 14/02/17 08:51.

Saiba mais sobre o trabalho e importância do Núcleo de Acessibilidade da Regional Catalão

O Núcleo de Acessibilidade (NA) da Regional Catalão (RC) da Universidade Federal de Goiás (UFG) foi instituído oficialmente em 2014 e é responsável por elaborar e viabilizar ações inclusivas para estudantes e servidores com deficiência, transtorno global de desenvolvimento e altas habilidades. A principal meta do Núcleo é eliminar as barreiras atitudinais, físicas, pedagógicas, de comunicação e informação que restrinjam a participação e o desenvolvimento acadêmico e social, visando o fortalecimento da Política de Acessibilidade da UFG.

Na Regional Catalão existem hoje 26 alunos com deficiência matriculados. Segundo a professora do curso de Educação Física e coordenadora do Núcleo de Acessibilidade, Cristiane da Silva Santos, os dados não são precisos por se tratar de autodeclaração do estudante. Essa declaração feita pela própria pessoa é importante para garantir dilação de prazos, disponibilização de avaliações em formatos acessíveis, além de recursos de acessibilidade e de tecnologia assistiva. Conforme a professora, no entanto, em alguns casos o aluno com alguma deficiência prefere não se autodeclarar nessa condição por conta de preconceito ou estigma sofrido durante o percurso escolar e como já passaram em um processo seletivo, não querem essa barreira acompanhando seu percurso universitário

O NA funciona na sala 18 do Bloco Administrativo e é composto pela coordenadora e pelo intérprete de Libras. Um novo intérprete já foi nomeado e deverá ser acrescentado à equipe. Além disso, o Núcleo conta com quatro alunos que recebem um incentivo chamado de bolsa acessibilidade para acompanhamento pedagógico dos estudantes com deficiência. De acordo com Cristiane, a decisão sobre os recursos necessários para cada aluno é feita em reunião conjunta entre o aluno e o coordenador do curso e do Núcleo, a fim de definir as melhores ações e estratégias de acompanhamento.

Segundo Cristiane, o resultado positivo desse trabalho pode ser visto na mudança de rendimento acadêmico dos alunos acompanhados. Ela cita o caso de uma aluna com histórico de constantes reprovações e que, após o acompanhamento do NA, conseguiu obter aprovação em todas as disciplinas do semestre. "A aluna surda conta com apoio pedagógico, o que favorece o processo de ensino e aprendizagem", avalia. 

Do ponto de vista arquitetônico, outro ponto destacado pela coordenadora é a construção da rampa na quadra do Laboratório de Práticas Esportivas Individuais e Coletivas do Departamento de Educação Física. A professora cita ainda que com o apoio de uma aluna que utiliza cadeira de rodas, foram identificados os principais problemas de acessibilidade da Regional Catalão e encaminhado um relatório ao Centro de Gestão do Espaço Físico (Cegef), em Goiânia, para tomada de decisões políticas sobre o assunto. 

Equipamentos Acessibilidade

 

Equipamentos: fone de ouvido DJ 1000 mk2, Victor Reader Stratus e lupa eletrônica, que serão utilizados pela biblioteca

 

Em uma parceira entre o Sistema de Bibliotecas (SiBi) e o NA, está sendo implantado o projeto Biblioteca Acessível, que consiste na criação do Laboratório de Acessibilidade Informacional, que contará com fones de ouvido, software para leitura de livros e lupa eletrônica. Também como fruto do trabalho do NA, em 2016 foi discutido durante o II Seminário de Acessibilidade da Regional Catalão, as políticas e práticas para o acesso e permanência do aluno com deficiência na universidade. Todo esse trabalho, segundo Cristiane, é possível graças ao apoio e parceria de coordenações e setores da Regional, em especial as coordenações de Graduação (Cograd) e de Assuntos da Comunidade Universitária (Ccom) .  

Apesar dos esforços do Núcleo na construção de uma política de acessibilidade, a atitude é uma das principais barreiras mais difíceis de transpor. Para Cristiane, é preciso romper com o preconceito e, principalmente, com a indiferença, como por exemplo, no respeito as vagas de estacionamentos reservados. "A inclusão se efetiva por meio de ações de planejamento e organização de recursos e serviços para a promoção da acessibilidade em vários níveis, desde arquitetônicos, de transporte, de comunicação, pedagógicos, até a capacitação e formação de recursos humanos qualificados", conclui. Além disso, a coordenadora frisa ainda que para a construção e fortalecimento de uma política de acessibilidade da Regional, é necessário um fluxo contínuo de atendimento aos estudantes, público alvo da Educação Especial, que seja sempre articulado com os diversos setores e coordenações.

 

 

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