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Pesquisa revela dados sobre a incidência de câncer na microrregião de Catalão

Por FABIO MARCIO. Em 03/11/11 06:16. Atualizada em 22/10/13 10:51.
Dados foram apresentados a comunidade na manhã desta quarta-feira, 26, e trazem informações sobre incidência e mortalidade por câncer na região

O Campus Catalão (CAC) da Universidade Federal de Goiás (UFG) apresentou nesta quarta-feira, 26, os dados do relatório de atividades relacionados ao projeto intitulado “Mortalidade, incidência e análise de risco: Estudo sobre a ocorrência de câncer na microrregião de Catalão (GO) – 1976 a 2006".

A pesquisa esclarece uma pergunta que a muito tempo vem sendo levantada por segmentos da sociedade catalana, acerca do aumento ou não dos casos de câncer na microrregião em função das atividades industriais existentes sobretudo em Catalão e Ouvidor. Os dados apresentados revelam que a realidade acerca da ocorrência de câncer na microrregião se assemelha ao restante do país, portanto, não existe um aumento ou um maior número de incidência e mortalidade de câncer em relação a realidade nacional.

O professor Edir de Paiva Bueno, foi quem apresentou os resultados ao público. Os dados possuem uma pequena variação com relação a incidência de um tipo de câncer em uma determinada cidade pesquisada. No caso específico de Catalão, Edir explica que as informações referentes a incidência ficaram prejudicadas devido a falta de informações nas fontes primárias, entretanto, no que se refere a mortalidade, a pesquisa é conclusiva em afirmar que no caso de Catalão e da microrregião, não ocorre nem um tipo de anomalia, ou seja, a ocorrência de câncer na região é bem semelhante a realidade brasileira.

O relatório obtido, revela que em cidades como por exemplo Ouvidor, a morte por câncer responde por menos de cinco por cento do total de mortes, com destaque para o câncer de pulmão. Já no caso de Catalão, o câncer aparece como quinta causa de morte, semelhante a média nacional, com destaque também para pulmão. A pesquisa apontou que nos últimos 30 anos 1.191 pessoas morreram em decorrência de câncer na região, entretanto, durante a pesquisa foi observado também que 30 por cento das casuas de morte eram consideradas desconhecidas, levando-se em conta o total de mortes por diversas circunstâncias.

Para chegar até o resultado os pesquisadores utilizaram fontes de informações primárias, ou seja, dados obtidos sobre registros de morte em cartório e informações coletadas em hospitais e postos de saúde da região. Um dos responsáveis pela pesquisa, o professor Manoel Rodrigues Chaves, destacou que o trabalho é pioneiro no Brasil e em Goiás, uma vez que não existem dados referentes a ocorrência de câncer em cidades do interior, mas apenas nas capitais brasileiras.

Os dados são referentes ao período de 1976 a 2006 e o resultado é fruto de um trabalho que vem sendo desenvolvido ao longo dos últimos cinco anos, que contou com a supervisão da 3ª Promotoria do Ministério Público de Catalão. Segundo o promotor, Roni Alvacir Vargas, as informações não possuem o caráter de investigação de irregularidades, e sim de averiguação quanto a mortalidade e incidência de câncer. O promotor explica que o relatório final será entregue as autoridades municipais, estaduais e federais, para que a partir destas informações, os governos possam planejar ativdades de prevenção para melhoria da saúde na microrregião pesquisada.

A professora Neila Maria Mendes, explicou que  toda a equipe envolvida no trabalho recebeu um treinamento em Goiânia no Sequenciamento de Câncer de Base Populacional e que em todo o instante os envolvidos na pequisa foram assessorados pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca). Neila acrescenta que os desafios foram inúmeros, desde a qualidade dos registros nos prontuários e certidões de óbito, até a dificuldade de acesso as informações.

A íntegra do relatório estará disponível para consulta no Campus Catalão em até 30 dias e também será disponibilizado aos governos, empresas e entidades ligadas ao combate ao câncer. Existe a possibilidade de que o trabalho seja publicado também em forma de um livro.

 

 

Fonte: Ascom - CAC/UFG