hanseníase programa UFCAT na cultura

Hanseníase é tema de participação de docente da RC em programa de rádio local

Por Welliton Alves. Em 13/11/19 11:49.
Prof. Ivânia Vera, do curso de Enfermagem, junto da Coordenadora do Programa de Controle e Combate à Hanseníase, Dr.ª Elaine Teixeira, abordaram sobre o tema em programa da Rádio Cultura FM. Confira!


Texto e foto: Ivânia Vera

 

No dia 11 de novembro de 2019, a Coordenadora da Disciplina de Processo de Cuidar do Adulto e Idoso I, Profª Dra. Ivânia Vera e a Coordenadora do Programa de Controle e Combate à Hanseníase, Secretaria Municipal de Saúde, Catalão – GO, Dra Elaine Rosa Teixeira, participaram do programa Radar 101, da Rádio Cultura FM, com os radialistas Rafael Furquim e Assis Humberto.

Na ocasião foi abordado o tema Hanseníase e as atividades desenvolvidas no referido programa. Tema de grande relevância, por ser uma doença crônica, infectocontagiosa causado pelo agente etiológico Mycobacterium leprae, que infecta nervos periféricos (face, pescoço, terço médio do braço e abaixo do cotovelo e dos joelhos), mas também pode afetar os olhos e órgãos internos (mucosas, testículos, ossos, baço, fígado, etc.). A evolução ocorre, em geral, de forma lenta e progressiva, podendo levar a incapacidades físicas, como a ‘mão em garra’ e o ‘pé caído’.

 

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Da esquerda para a direita: Prof. Ivânia Vera, Dr.ª Elaine Teixeira e o Repórter Rafael Furquim.

 

A transmissão ocorre por meio de contato próximo e prolongado de uma pessoa suscetível (com maior probabilidade de adoecer) com um doente com hanseníase que não está sendo tratado, por meio das vias respiratórias (pelo ar), e não pelos objetos utilizados pelo paciente. Pontua-se no entanto que, a maioria da população possua defesa natural (imunidade) contra o M. leprae, e que contato com o bacilo não adoecerão. É sabido que a susceptibilidade ao M. leprae possui influência genética, ou seja, familiares de pessoas com hanseníase possuem maior chance de adoecer.

Os sinais e sintomas principais são: Áreas da pele, ou manchas esbranquiçadas (hipocrômicas), acastanhadas ou avermelhadas, com alterações de sensibilidade ao calor e/ou dolorosa, e/ou ao tato; Formigamentos, choques e câimbras nos braços e pernas, que evoluem para dormência – a pessoa se queima ou se machuca sem perceber; Pápulas, tubérculos e nódulos (caroços), normalmente sem sintomas; Diminuição ou queda de pelos, especialmente nas sobrancelhas (madarose); Pele infiltrada (avermelhada), com diminuição ou ausência de suor no local. Podem ocorrer também Dor, choque e/ou espessamento de nervos periféricos; Diminuição e/ou perda de sensibilidade nas áreas dos nervos afetados, principalmente nos olhos, mãos e pés; Diminuição e/ou perda de força nos músculos inervados por estes nervos, dos membros superiores e inferiores; Edema de mãos e pés com cianose (arroxeamento dos dedos); Febre, artralgias; Entupimento, feridas e ressecamento do nariz; Ressecamento e sensação de areia nos olhos. O tempo para a manifestação da doença pode oscilar de a dez anos.

Os doentes são classificados em paucibacilares (PB – presença de até cinco lesões de pele com baciloscopia de raspado intradérmico negativo, quando disponível) ou multibacilares (MB – presença de seis ou mais lesões de pele OU baciloscopia de raspado intradérmico positiva).

A Hanseníase possui 4 classificações ((MADRI, 1953):
- a hanseníase indeterminada (PB): Todos os pacientes passam por essa fase no início da doença, podendo passar despercebida;
- tuberculóide (PB): o sistema imune da pessoa consegue destruir os bacilos espontaneamente;
- dimorfa (MB): É a forma mais comum de apresentação da doença (mais de 70% dos casos). Ocorre, normalmente, após um longo período de incubação (cerca de 10 anos ou mais);
- virchowiana (MB): a forma mais contagiosa.

 

tipos de hanseníase
Figura 1: As classificações da hanseníase. (Fonte: Reprodução)

 

Pacientes diagnosticados com hanseníase têm direito a tratamento gratuito no Sistema Único de Saúde (SUS) para receber a poliquimioterapia (PQT-OMS), interrompendo a transmissão em poucos dias e cura a doença, com o seguimento correto do tratamento, com a tomada das doses supervisionadas e também no domicílio, por um período em torno de 6-12 meses, a depender do tipo da Hanseníase.

Essa atividade faz parte da Disciplina de Processo de Cuidar do Adulto e Idoso I, do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Goiás, Regional Catalão (UFG/RC) e, é um desdobramento do 1º Seminário de Hanseníase e Tuberculose: integração ensino – serviço, que ocorreu no dia 19 de setembro de 2019. Este evento teve como objetivos discutir a situação epidemiológica, instrumentalizar alunos e profissionais de saúde no contexto do trabalho da equipe na assistência aos usuários do serviço de saúde que possuem doenças de notificação compulsória, sobretudo a Hanseníase e a Tuberculose, proporcionando discussões com olhares de multiprofissionais com ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação.

Caso você tenha alguma mancha ou área do corpo que ‘queima ao sol’, que não ‘pega poeira’ ou áreas dormentes, não fique em dúvida, procure o Programa de Controle e Combate à Hanseníase, Secretaria Municipal de Saúde, Catalão – GO, Dra Elaine Rosa Teixeira (Coordenadora médica do referido programa), na UBS São João situado na Av. São João, 277, São João - CEP 75703-140, de posse do Cartão do SUS e documentos pessoais, para agendamento de uma consulta (gratuita).

 

Referências:

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Guia prático sobre a hanseníase [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. – Brasília: Ministério da Saúde, 2017. 68 p.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Classification of leprosy. c2016. Disponível em: <http://www.who.int/lep/classification/en/>. Acesso em: 12 nov. 2019.

Figura 1: As classificações da hanseníase. Disponível em: <https://www.dahw.org.br/wp-content/uploads/2018/05/31378778_1592813504163004_1659398917327945728_n-768x432.jpg>. Acesso em: 12 nov. 2019.

 

Fonte: Ascom - RC/UFG

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