Professor do Curso de Ciências Biológicas da Regional Catalão participa de oficina de avaliação do risco de extinção de espécies de crustáceos do Brasil

Docente da RC participa de oficina de avaliação do risco de extinção de espécies de crustáceos do Brasil

Por Welliton Alves. Em 31/05/19 15:19.
Prof. Emerson C. Mossolin foi um dos 06 pesquisadores do país convidados para avaliar o risco de extinção de espécies de crustáceos de água doce. Veja!

Texto e fotos: Emerson Contreira Mossolin

 

Foi promovida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), durante os dias 21 a 23 de maio em Itajaí/SC, no Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha no Sudeste e Sul (CEPSUL), a Oficina de Avaliação do Risco de Extinção dos Crustáceos de Água Doce do Brasil, que contou com a participação de 6 pesquisadores especialistas no estudo de crustáceos no país, mais os profissionais dos próprios CEPSUL e ICMBio.

O professor Emerson Contreira Mossolin, do Curso de Ciências Biológicas da Regional Catalão/UFG, que havia participado deste tipo de oficina nos anos de 2013 e 2018, foi novamente um dos pesquisadores convidados. Com a experiência de 26 anos na área, inclusive fazendo parte atualmente da Diretoria da Sociedade Brasileira de Carcinologia (nome dado ao estudo dos crustáceos), é considerado um dos especialistas brasileiros em algumas espécies que foram avaliadas nesta edição.

 

Professor do Curso de Ciências Biológicas da Regional Catalão participa de oficina de avaliação do risco de extinção de espécies de crustáceos do Brasil

Grupo de pesquisadores e profissionais participantes da edição 2019 da oficina de avaliação do risco de extinção de espécies de crustáceos de água doce, no CEPSUL

 

Foram analisadas este ano 113 espécies de água doce, onde 1 destas foi considerada “Criticamente em Perigo”, 5 espécies “Em Perigo” e 1 espécie em “Quase Ameaçada”. Estas categorias seguem um critério estabelecido pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, em inglês), e visam destacar espécies com algum tipo de risco, buscando auxiliar na elaboração de futuros planos de manejo e proteção.

Os representantes mais conhecidos nesta avaliação de espécies são os camarões, os caranguejos e os lagostins. Há alguns anos o Prof. Emerson vem dedicando estudos a crustáceos da região de Catalão, inclusive com Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs) finalizados que envolveram camarões encontrados na própria cidade, além do município de Anhanguera. Atualmente está iniciando um projeto internacional que analisará uma população de caranguejos encontrada no município de Cumari, que será comparada com populações da mesma espécie encontradas na Amazônia e na Argentina.

Esta avaliação foi de extrema importância porque envolveu algumas espécies com amplo interesse comercial, como é o caso de camarões de água doce que são utilizados como alimento, e de alguns caranguejos que podem ser comercializados como isca para pesca. Este tipo de oficina serve para que especialistas em cada grupo possam apresentar suas experiências e ampliar a discussão sobre a verdadeira situação de cada espécie. O risco de extinção pode ser medido em várias escalas, e é no momento da avaliação que conseguimos estabelecer a categoria que melhor represente este risco”, relata o Prof. Emerson.

 

Professor do Curso de Ciências Biológicas da Regional Catalão participa de oficina de avaliação do risco de extinção de espécies de crustáceos do Brasil

Exemplar do camarão Macrobrachium acanthurus, uma das 113 espécies que fizeram parte da avaliação do risco de extinção

 

O processo de avaliação é permanente, e a cada ciclo são selecionadas espécies para serem analisadas. Ainda em 2019 existe a previsão de ocorrer mais uma oficina, desta vez com espécies de crustáceos aeglídeos, que pertencem a um grupo muito específico de animais. Eles não possuem interesse comercial, mas servem como bioindicadores das condições do meio ambiente, já que necessitam de águas límpidas e oxigenadas para sobreviver.

O objetivo destas oficinas é ampliar o conhecimento sobre as espécies, bem como atualizar a lista de animais que farão parte de listas de espécies em extinção e consequente busca pela preservação. Como exemplo de sua importância, o “Livro Vermelho dos Crustáceos do Brasil – Avaliação 2010/2014”, que foi lançado em 2016, é uma publicação em que o professor Emerson foi autor de 4 capítulos e é uma obra das mais citadas atualmente quando se trata da preservação dos crustáceos no Brasil e na América do Sul.

 

Fonte: Ascom - RC/UFG

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